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Programa de sabado, 19 de janeiro 2008 (Wk 03)
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Olá amigos do FORMA E ELENCO, nosso encontro semanal com o melhor da produção musical brasileira, sua história e curiosidades.
Depois de uma pausa para uma nescessária adaptação para uma melhora dos equipamentos da emissora, voçê vai poder ouvir neste sábado o F&E com o tema "A Internacionalização da Bossa Nova", cujo texto se encontra logo abaixo, e na segunda parte do programa, uma homenagem a uma das maiores cantoras do mundo, que neste sábado, dia 19, completam 26 anos de seu passamento, estou falando de Elis Regina, esta gaúcha que chegou no início dos anos 60 ao Rio de Janeiro com um disquinho debaixo do braço e começou a percorrer as emissoras de rádio para mostrar seu trabalho, ainda primário e ingênuo. Más um radialista de São Paulo (Walter Silva) depois de ouvi-la, disse no ar, vc ainda vai ser a maior cantora deste Brasil ( e olha que o repertório daquele primeiro disquinho era sofrível). Por palpite ou premonição, o fato é que o Pica-Pau (apelido de Walter), acertou em cheio. Menos de 3 anos depois ela atingiria este posto e nunca mais saiu dele. Elis ganhou o Brasil e quem a ouvisse pelo mundo afora, lhe colocava ao lado das grandes divas (principalmente do Jazz), merecidamente. Por isso e por tudo que ela nos representa, vamos direto para os estúdios da TV Record, no dia 14 de agosto de 1965, para a gravação do programa "O Fino da Bossa", com Elis, Jair Rodrigues e o recém formado Zimbo Trio, ao vivo, tocando e cantando uma seleção de músicas do maestro Tom Jobim, direto do "Fino da Bossa" para vc aqui no F&E, é nossa simples homenagem a nossa "pimentinha" Elis Regina. Boa audição a todos, seguem aí abaixo informações sobre a primeira parte do programa.
"A Internacionalização da Bossa Nova"
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Como já comentamos no último F&E (02-01-08), a partir do ano de 1959, diversos artistas, principalmente americanos, de passagem aqui pelo Brasil, começaram a entrar em contato com este novo estilo musical que agregava muita qualidade á nossa música brasileira.
Começaram a aparecer as primeiras gravações, e empresários (primeiro americanos) já começaram a vislumbrar o brilhar verdinho dos dólares neste novo filão musical brasileiro. A próxima e principal tacada desta investida, foi o Concerto de Bossa-Nova no mais aclamado palco americano, o Carneguie Hall. O concerto foi planejado pelo americano Sydnei Fray, com a ajuda do consulado brasileiro, e as intenções eram bem claras: dólares, dólares e dólares. O próprio Sydnei comentaria: "....Nós ainda vamos vender Bossa-Nova para o Brasil....", foi profético.
Eles nos vendem até hoje. Só um exemplo: se voçê (brasileiro) quizer completar sua coleção de cds de carreira do nosso Tom Jobim, vai ter muito trabalho, pois a maioria destes cd's só se encontra importados (se voçê tiver sorte). E isso estamos falando de TOM JOBIM, um dos mais respeitados músicos do mundo. Se o assunto for nomes de menor expressão (em divulgação), como os grandes conjuntos instrumentais (diversos), cantores e cantoras excelentes más que gravaram poucos discos, voçê só vai encontrar garimpando em sebos ou em sites especializados como este e o Loronix por exemplo.
Más para um leigo estes finalmentes podem demorar anos, e até não acontecer.
Em resumo, um de nossos melhores produtos, colocou o pé direito nos EUA a partir do Carneguie Hall (1962). De pronto já ficaram por lá logo após o concerto: Tom, João, Sergio Mendes e muitos outros.
Uns voltaram, outros ficaram entre idas e vindas. Más o fato é que nossa música foi de mala e cuia para lá. Não foi de todo ruim, pois abriu o mercado mundial para nossos bons músicos e nossa boa música (por merecimento), más como não podia deixar de ser, muita galhofice e muito oportunismo apenas no intuito de faturar aconteceu também.
Começaram a aparecer nos EUA uma porção de Lps com o rótulo de Bossa-Nova, contendo rumba, salsa, bolero e toda uma série de canastrices de terceira categoria, apenas com a intenção de vender, aproveitar o momento, capitalizar.
Entre muitas pataquadas tentou-se até inventar uma dança para a Bossa-Nova acompanhada da música "Blame it on Bossa Nova" (de Weil/Mann).
Elvis, em pleno auge em Hollywood, gravou como tema de um de seus filmes (Seresteiro de Acapulco) a infame "Bossa-Nova Baby", com marriachis no acompanhamento e tudo o mais, os produtores com certeza imaginaram o Rio de Janeiro como a capital do México ou coisa parecida. Elvis se redimiria em 1968 ao gravar lindamente "Almost in Love" de Luis Bonfá.
Jobim fez muito bem ao resolver morar em Nova Yorque e acompanhar de perto as primeiras traduções de sua letras para o inglês, por pouco nossa "Garota de Ipanema" não se tornou "..de Ipanima" e quem sabe até ser confundida com uma famosa pasta de dente americana de nome Ipana, Ruy Castro conta bem esta história em seu livro "Chega de Saudade".
No final das contas prevalece a qualidade, más este era o cenário do que acontecia neste início dos anos 60 com a internacionalização de nossa Bossa-Nova, é sobre isto que fala (e toca) este FORMA E ELENCO deste sábado 19hs (Brasil) pelo site http://www.fm107rc.com.br/ , com reprise domingo 11 da manhã e que vc vai poder consultar depois aqui no Rádio Forma e Elenco.
Boa audição a todos, Leo e Martoni.
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Na seleção musical deste sabado /
Muzikale selectie van deze zaterdag:
Dory Caymmi e Gal Costa
Paulinho da Viola
Wilson Simonal
Wes Montgomeri e muito mais......."
Ouvir / Beluisteren
Download part 1 - part 2
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